James Douglas Morrison (1943-1971), vocalista dos Doors, é o inspirador do título deste blogue.
Atravessei com ele grande parte do período da minha adolescência. Ficaram marcas indeléveis.
Presto-lhe hoje a minha homenagem adulta, apesar de reconhecer na sua mensagem irreverente e contrária à do Peace & Love, da generalidade das bandas do seu tempo, algo de negativo, que não perfilho nem aconselho. Ficou, contudo, em mim, muito arreigado, o espírito crítico inerente à essência do desassossego de Jim.
Marginal convicto, perseguiu uma felicidade que não poderia encontrar, pois o seu apelo à diferença impelia-o a suscitar a violência. Foi uma viagem curta mas intensa, de uma genialidade musical que se associa ao seu carácter inquieto, à sua necessidade de afirmação pela não aceitação de massificação nem hipocrisia.
Não podia deixar de ser ele (pela minha mão, claro!) a abrir um blogue que pretende ser exclusivamente musical.
A música é, contudo, um mundo em si própria. Assim seja este espaço virtual.
Pretendo que por aqui haja de tudo, entre mestres e criaturas novas - provocando delírios about music.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

B.B. King

Riley Ben King começou a sua já longa vida em Itta Bena, Mississipi (EUA), numa plantação de algodão, a 16 de Setembro de 1925.
De uma família de parcos recursos, aquele que hoje é considerado o Rei do Blues (THE KING OF THE BLUES), tocava, aos 9 anos, na esquina da igreja com a Second Street, a troco de algumas moedas, pois vivia sozinho, tentando sobreviver com aquilo que conseguia ganhar com a sua própria colheita de algodão.
Mais tarde, aos sábados à noite, começou a tocar em bares, chegando a fazê-lo em quatro cidades diferentes. Foi num desses sábados que ouviu o tema "Stormy Monday", interpretado pelas mãos de T-Bone Walker, em guitarra eléctrica. A partir desse instante, soube o que seria o seu futuro!
Em 1947, partiu para Memphis, Tennesse. No bolso, apenas $2,50. Como companhia, apenas a sua guitarra. Sabia, todavia, que Memphis era a cidade que cruzava todos os músicos importantes do Sul, sustentando uma vasta comunidade negra de todos os estilos musicais, algo que ele precisava acautelar, pois o blues não garantia vida fácil, como o rock.
A primeira grande oportunidade da sua carreira aconteceu em 1948, numa actuação na KWEM, estação de rádio de Memphis. Novas actuações no Grill da Sixteenth Avenue projectaram-no ainda mais e, num spot publicitário de 10 minutos, tornou-se tão popular que foi necessário atribuir-lhe um nome artístico - à altura, "Beale Blues Boy", como referência à música "Beale Street Blues", mas foi alterado para "Blues Boy King" e abreviado para B.B. King. Por mera coincidência, o "nosso" King já tinha de nascença um dos 'B' com que há-de morrer!
Pouco tempo depois do seu êxito "Three O'Clock Blues", em 1951, assistiu-se à construção de uma carreira de sucessos. Ele e a sua banda, só em 1956, fizeram 342 concertos. Rapazes de pedalada, a apresentarem-se em teatros, salões de dança, cafés, clubes de rock e de jazz, grandes hotéis e recintos, etc.
Inspiraram-se nele muitos guitarristas de rock, como Buddy Guy, Jimmy Hendrix, Eric Clapton, George Harrison, Jeff Beck...
Em 1969, B.B. King foi escolhido para a abertura de 18 concertos dos Rolling Stones. Depois disso, começou a participar na maioria dos festivais de jazz de todo o mundo. Totaliza mais de 90 países em que actuou até hoje, incluindo Portugal, onde já esteve várias vezes, no Coliseu de Lisboa, no Casino Estoril..., onde tocou com Rui Veloso.
Eu, o Pedro e o Qui já tivemos o nosso quinhão de BBK, no Coliseu de Lisboa. Quanto ao Qui, estava na minha barriga há 8 meses e pulou literalmente o tempo todo, não sei se de gozo... se de arrelia! Talvez um dia!
Ao longo dos anos, King tem recebido vários Grammy Awards e a Gibson Guitar Co. nomeou-o "Embaixador das Guitarras Gibson no Mundo".

LUCILLE (Uma Grande Curiosidade do Querido King)

Qualquer guitarra de BB King é uma Lucille.
A história conta-se rapidamente, embora esta apresentação já vá longa.
Num salão de Twist, no Arkansas, acendeu-se, para aquecer o Inverno de 1949, um barril meio cheio de querosene. B.B. King tocava enquanto dois homens se envolveram numa briga que fez derrubar o barril, espalhar chamas e evacuar o local. King voltou a entrar no incêndio para reaver a sua Gibson acústica de 30 dólares, escapando por uma unha negra... Duas pessoas morreram.
King soube, depois, que dois homens tinham começado a briga devido a uma mulher de nome Lucille. A partir dessa data e, para se lembrar de nunca repetir a asneira, passou a designar sempre deste modo o seu instrumento de blues.

COM RUI VELOSO: Stormy Monday



O resto do Cartaz é simplesmente... DE LUXO. Vejam e ouçam TUDO!

BLUE BOYS TUNE



+ Key to The Highway
+ Rock Me Baby

4 comentários:

Aníbal Meireles disse...

Lindo! Se há músico que eu dexei de ouvir não sei porquê, é o BB King, portanto vai saber bem este refresco :D

olha um aperitivo que eu encontrei (não é musical), mas está relacionado: http://www.youtube.com/watch?v=EGsvAMRFivo

Fico à espera da tua selecção!

Vítor disse...

Long live the king for he will never be dead!

Vítor disse...

Não me canso de aqui vir "ouver" Sua Alteza Realmente Régia. Obrigado, Lady!

Aníbal Meireles disse...

Este senhor tem a palavra "Cool" e a expressão "boa vibe" escrita em todo o lado :D E é um querido, incentiva os colegas, o nosso chico fininho (na altura em que ele era mesmo fininho hehe). Não deve ser por acaso que conheço uma senhora muito vivaça de espírito que já tem perto da idade dele (e a barriga também!)e também é uma querida. Chama-se Lucília!

Olha, o concerto foi há mais ou menos dez anos, não foi ? Estivémos na mesma sala e não nos vimos!