James Douglas Morrison (1943-1971), vocalista dos Doors, é o inspirador do título deste blogue.
Atravessei com ele grande parte do período da minha adolescência. Ficaram marcas indeléveis.
Presto-lhe hoje a minha homenagem adulta, apesar de reconhecer na sua mensagem irreverente e contrária à do Peace & Love, da generalidade das bandas do seu tempo, algo de negativo, que não perfilho nem aconselho. Ficou, contudo, em mim, muito arreigado, o espírito crítico inerente à essência do desassossego de Jim.
Marginal convicto, perseguiu uma felicidade que não poderia encontrar, pois o seu apelo à diferença impelia-o a suscitar a violência. Foi uma viagem curta mas intensa, de uma genialidade musical que se associa ao seu carácter inquieto, à sua necessidade de afirmação pela não aceitação de massificação nem hipocrisia.
Não podia deixar de ser ele (pela minha mão, claro!) a abrir um blogue que pretende ser exclusivamente musical.
A música é, contudo, um mundo em si própria. Assim seja este espaço virtual.
Pretendo que por aqui haja de tudo, entre mestres e criaturas novas - provocando delírios about music.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

DISCO PEDIDO: Nick Cave - Love Letter

Quem pediu foi a Clarice

6 comentários:

Lady Godiva disse...

"Todas as cartas de amor são ridículas / Se não fossem ridículas não seriam cartas de amor" - já dizia "O Mestre" Álvaro de Campos. Portanto... depois de uma balada destas, soada por uma voz ao meu gosto, ligeiramente rouca e sensual, tenho de confessar-te, Clarice: foi o primeiro GRANDE "Disco Pedido".

Clarice disse...

Obrigada a ti e ao Nick!
Esta canção tem um sabor muito especial para mim, muito. Passou a ser uma das minhas canções preferidas, como tudo importante na nossa vida, veio para ficar!

Um beijo assim para o rouco.

Vítor disse...

Muito bem, ó Nicolau Gruta e As Más Sementes.

Boa escolha, Clarice!

Quanto ao Campos, hoje só o ouço dizer, com a sua voz entaramelada:
"O que há mim é sobretudo cansaço".

Anónimo disse...

Esta agora não percebi, Lady G. ! Aqui há uns tempos mandei-te por mail uma música do Nick Cave e tu disseste-me que não era o teu género porque te fazia lembrar o Bryan Ferry, individuo que tu não apreciavas nada... . Se calhar começas-te a ouvir mais e a gostar mais. Acho muito bem.
Bjhs

Lady Godiva disse...

Rute:
Ok. Passo a explicar. Na medida do possível, depois de tantos meses. Sinceramente, já não me lembro se foi Nick Cave que me enviaste. Encontrei o mail em que te respondi o seguinte: "Não desgostei, mas fez-me lembrar Leonard Cohen [não Bryan Ferry], que nunca me seduziu... Gostos!"
Nunca fui ouvinte de Nick Cave. Mas agora gostei desta música. Não sei se gosto do Nick em geral. Esta é uma confissão de ignorância!
Digo-te que o Nick desta composição também me fez lembrar Tom Waits, que tem muitos temas que acompanharam a minha formação e estão entranhados em mim e outros que detesto e passo à frente... Isto acontece-me com todos os artistas, desde os Stones ao Rui Veloso... Até com o meu "mais que tudo" Van Morrison", que não consigo apanhar para apresentar!

Anónimo disse...

Lady G., desde já peço desculpas pelo meu erro na troca dos nomes do Brian Ferry com o Leonard Cohen...
Isto é sinal da minha ignorância musical em relação aos dois.
A música que te mandei na altura do Nick Cave era um dueto com a P.J.Harvey e chamava-se Henry Lee.
Tambem me acontece só gostar de algumas músicas de muitos artistas; aliás
acho mesmo que não há nenhum cantor ou grupo dos quais eu goste de todas as músicas ou canções. talvez a única excepção sejam os Queen!... mesmo assim há uma ou outra que eu não gosto. Estou contigo, o melhor mesmo é ir ouvindo o melhor que cada um tem.
Beijo