James Douglas Morrison (1943-1971), vocalista dos Doors, é o inspirador do título deste blogue.
Atravessei com ele grande parte do período da minha adolescência. Ficaram marcas indeléveis.
Presto-lhe hoje a minha homenagem adulta, apesar de reconhecer na sua mensagem irreverente e contrária à do Peace & Love, da generalidade das bandas do seu tempo, algo de negativo, que não perfilho nem aconselho. Ficou, contudo, em mim, muito arreigado, o espírito crítico inerente à essência do desassossego de Jim.
Marginal convicto, perseguiu uma felicidade que não poderia encontrar, pois o seu apelo à diferença impelia-o a suscitar a violência. Foi uma viagem curta mas intensa, de uma genialidade musical que se associa ao seu carácter inquieto, à sua necessidade de afirmação pela não aceitação de massificação nem hipocrisia.
Não podia deixar de ser ele (pela minha mão, claro!) a abrir um blogue que pretende ser exclusivamente musical.
A música é, contudo, um mundo em si própria. Assim seja este espaço virtual.
Pretendo que por aqui haja de tudo, entre mestres e criaturas novas - provocando delírios about music.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Diana Krall - The Look of Love


Diana Jean Krall é uma canadiana que completará 44 anos (vai apanhar-me!) no próximo 16 de Novembro. Começou a tocar piano aos 4 e com 15 já era presença habitual na animação musical de restaurantes variados.
Dona de uma voz redonda e sensual, que atrai pela plenitude da autofruição, é essencialmente intérprete de jazz, mas vai dando alguns passos no panorama da composição.
Fui vê-la no Verão passado a Oeiras, ao Jardim do Marquês de Pombal. Fui com o meu bem-amado, de mão, de braço dado, de ombro colado... Estava frio, fomos enleados... Os nossos gémeos ficaram em casa dos tios, com os irmãos (e os primos); os da Diana ficaram no hotel, com a "nanny" (contou-nos ela, saudosa e orgulhosa deles, ali ao lado, mas também do seu beloved husband, Elvis Costelo, em digressão do outro lado do oceano), e as suas palavras aqueceram-nos a alma, o corpo...
Estávamos no âmbito do "Cool Jazz Fest - Alta Mistura", mas eu nem dei importância ao programa. Os euros são muitos para assistir a estas coisas e as nossas antenas viram-se para o que amamos! Lisboa não era minha no Agosto passado. Eu é que era de Lisboa, que me pôs um mês inteiro a gramar "rádio..."! Então a Diana foi "fácil", claro!!! - como diriam os críticos de música que o Aníbal andou a ler (não sei se vós outros destes por isso, mas ele deixou por aqui comentado...).
Já agora, para ti, Aníbal (sem deixar de ser para todos):
Parece-me tão feliz a Diana! Com o seu amado jazz, os seus amados gémeos e o seu amado Elvis! Mas há quem se irrite com esta "facilidade", com esta "normalidade" existencial, com esta "coisa" (que é esta "coisa"?!) que é perseguida por todos e depois parece que há ali uns contemplados... Oh... diabo! Isto é a Felicidade. Pronto - rótulo: "Música fácil!" E de 'fácil' infere-se 'má', pois música 'boa' é a difícil, isto é, a dos génios, que são os... infelizes! Ironizando, sem malícia!
Diana Krall é uma intérprete premiada com Grammy e Juno Awards e é, de certo modo, ecléctica, contemplando sucessos que passam por Sinatra, Billy Joel, Joni Mitchell, Ray Charles, Irving Berling, Cole Porter, Richard Rodgers, Tom Jobim, Vinicius de Moraes, entre outros.

Senhoras e senhores, ladies and gentlemen, tenho o imenso prazer de vos apresentar a minha actual cantora preferida: "Lady" Diana Krall!



Deste cartaz, destaco três temas: I've Got You Under My Skin ; Just The Way You Are ; I Love Being Here With You

1 comentário:

Aníbal Meireles disse...

The Look of Love é das poucas músicas que conseguem provocar-me arrepios. E tenho de me conter para não... enfim.. tu deves saber...pirosices no dizer de alguns.
Também já tive o privilégio de a ver ao vivo, ainda grávida, justamente no mesmo local que tu, um ano antes. Algumas pessoas não gostaram, porque ela não trouxe algo do género da Orchestre Symphonique Europeen & Paris Jazz Big Band, mas apenas o núcleo duro, ou porque parecia uma jam session entre eles. E que mal tem isso ? Eu não vou lá para cima tocar, eu aprecio que eles se divirtam a tocar, demonstra que têm um especial carinho naquilo que fazem. Sejamos felizes, sem desculpas. A descrição da tua ida revela bem o ambiente propício com que se deve ir: não é com o apaixonado, é com o bem-amado. Acho que isso diz tudo ;) Os outros são uns chatos. Olha, falando do que interessa, concordo com todas as músicas que seleccionaste e a fotografia que nunca tinha visto está perfeita, fica-lhe mesmo bem. Eu até ia sugerir o S'wonderful do dvd ao vivo em Paris para complementar as tuas três selecções, mas como 'me fizeste' ir buscar o dvd para voltar a ver e ouvir, iam ficar pelo menos outras tantas de fora, por isso agora só posso sugerir o dvd todo! lol