James Douglas Morrison (1943-1971), vocalista dos Doors, é o inspirador do título deste blogue.
Atravessei com ele grande parte do período da minha adolescência. Ficaram marcas indeléveis.
Presto-lhe hoje a minha homenagem adulta, apesar de reconhecer na sua mensagem irreverente e contrária à do Peace & Love, da generalidade das bandas do seu tempo, algo de negativo, que não perfilho nem aconselho. Ficou, contudo, em mim, muito arreigado, o espírito crítico inerente à essência do desassossego de Jim.
Marginal convicto, perseguiu uma felicidade que não poderia encontrar, pois o seu apelo à diferença impelia-o a suscitar a violência. Foi uma viagem curta mas intensa, de uma genialidade musical que se associa ao seu carácter inquieto, à sua necessidade de afirmação pela não aceitação de massificação nem hipocrisia.
Não podia deixar de ser ele (pela minha mão, claro!) a abrir um blogue que pretende ser exclusivamente musical.
A música é, contudo, um mundo em si própria. Assim seja este espaço virtual.
Pretendo que por aqui haja de tudo, entre mestres e criaturas novas - provocando delírios about music.

sábado, 4 de julho de 2009

Amália - Gaivota

3 comentários:

Aníbal Meireles disse...

Olha, devo dizer que não conhecia o original da Amália. Por um simples motivo, sou um grande ignorante da cultura do fado. Por opção. Pode ser que um dia me dê para investigar, mas até hoje é música que não me seduz.

Esta música não é má. Mas isto é mesmo a melhor apreciação que eu consigo fazer, porque, cá está não aprecio.

Devo dizer que concordo com a Rute e com a Lita, prefiro a versão actual ali em baixo, embora me tenha desligado um pouco dos The Gift (Neste caso os "Hoje" são dois membros dos Gift + 2, sendo que um deles é que compõe, portanto há ali muita sonoridade e concepção "The Gift" - para mim eles são o primeiro álbum, depois não me consegui convencer a ouvir os outros discos, apesar de ter tentado e ouvido um deles quase todo e conhecer o que deles passa na rádio.

Vítor disse...

Apesar de reconhecer que era detentora de uma grande voz e que é uma das melhores intérpretes de sempre da música popular em portuguesa e em português, nunca gostei muito da Amália. Cheguei a desenvolver, em tempos, um grande preconceito em relação a ela (mais do que em relação à sua obra musical).
No que diz respeito a este tema e às duas versões aqui postadas, gosto dos dois, embora no que concerne ao mais recente ainda esteja na fase inicial do "entranha-se". São bem diferentes e ambos têm o seu lugar.
Não acho que seja um sacrilégio fazer versões novas de temas antigos. Estes, se forem verdadeiramente clássicos, não sofrem beliscaduras de ninguém.

Lady Godiva disse...

Eu (também) nunca gostei da Amália. Mas também nunca gostei de fado. Mesmo quando reconheço a qualidade do intérprete e da canção, prefiro mudar de estação... Concedo ouvir se não estiver sozinha, porque, se estiver, mudo-me (como quem está mal...).
Nunca fui a uma casa de fados, mas até iria uma vez - pela experiência -, como fui uma vez na vida ao futebol e não tenciono voltar.

O resto... é o resto. Não tenho nada contra versões novas de temas antigos. Talvez até goste mesmo mais de muitas delas e aprecio a (re)criação sobre a criação.
Neste caso, acho a orquestração interessante, de facto (melhor até do que a original), mas não me identifico com a maneira de cantar (o que não quer dizer que me identificasse com a da Amália, mas, em termos de interpretação, sinto que não melhorou, ficou diferente para pior).
Ouço esta nova versão sentindo-me numa festa de aldeia, em Setembro, olhando para os parzinhos de jovens derretidos pela música do conjunto dessa noite, seja ela qual for...